domingo, março 10, 2013

O que Está por Trás do Facebook - A Rede Antissocial

Rapaz muito rico, estudante da Universidade Harvard. Esse é o criador da rede, Mark Zuckerberg.
Tendo disponibilizado o serviço apenas a estudantes, aos poucos conquistou as pessoas, e graças ao poderio econômico, ampliou o Facebook à toda a internet.
 Qualquer empresa quer alavancar seu negócios. Mas algumas são perversas.
Se você é participante do Facebook, não pense que o Zuckerberg está te fazendo um favor. Nada é de graça. Eles não oferecem espaço gratuitamente para fotos e para conversar o que quiser com seus "amigos".
 Imagine quantas pessoas iguais a você existem lá. Isso consome recursos dos servidores. Energia elétrica, memória, espaço em disco, equipes de manutenção. Uma série de gastos, e lá você é um produto, não uma pessoa.
 Já observou as propagandas? Os anunciantes esperam que o dono do perfil ou os visitantes cliquem lá. E isso funciona. Você trabalha de graça.

Quando alguém escreve qualquer bobagem, está atraindo visitantes, que por sua vez, também verão anúncios.

O chamariz do Facebook é lindo na teoria: conectar pessoas e encontrar amigos com quem você perdeu contato.
 O problema é que nem toda ideia funciona na prática. Vejamos o que acontece: você tem 500 "amigos" e conversa com dois. Ou até dialoga com alguns, mas não mantém vínculo afetivo de qualidade.
É difícil descrever minha reação quando leio em banners: "Vamos ser amigos no Facebook?"
 Amizade não é assim. Ter um ícone na lista de contato não faz alguém ser amigo de outro. Chamo isso de vulgarização de amizade. Pois amizade requer dedicação, paciência, conversa. Tanta coisa, que leva tempo enumerar. Por isso tantos casamentos acabam em divórcio, pois nem todos têm preparação para se dedicar, para investir, conhecer por dentro. Por fora é fácil. Tal pessoa é linda, é desejada. No convívio, a história é outra. É preciso conhecer por dentro.
A amizade é parecida com o amor, requer empenho. Jogar uma semente no chão não faz uma planta crescer. Tem que colocar dentro de areia de qualidade e regar. Quem gosta de ter esse trabalho? Nem todos. Isso eu garanto. Na alegria você tem 800 amigos. Durante a crise ou doença você descobre quantos são verdadeiros.

Discordo que o Facebook seja uma rede social. Socializar-se é conversar com as pessoas, ajudar, não ser fechado no seu mundo, no seu grupinho; participar, ter iniciativa, envolver-se e importar-se com os problemas dos outros.
Isso tudo não condiz com o site.
Ele é uma vitrine onde os participantes entraram num delírio. Cada um mostra fotos para o mundo inteiro, estando expostas 24 horas por dia, 7 dias por semana. Muitos criam até álbum de fotos! É cabível indagar: qual a finalidade? Narcisismo? Carência? Um grito de socorro para receber atenção? Desejo de prestígio? Falta do que fazer?
Será que centenas de pessoas colariam suas fotos nas ruas, nos muros, nas praças, em outdoors? E por que fazer isso na internet que também é pública, é real, é acessada por gente?


Todos estão sorridentes o tempo todo. Isso não é vida. Não se pode mostrar só o lado bom, só sorrisos, só momentos de euforia, de badalação, de viagens a uma cidade ou país e encontros.
A vida é feita de tristezas também e de imperfeições. Naquele site, todos são artistas. Nunca vi foto de gente de rosto enrugado, com espinhas, cravos, de cabelo branco, com celulite, estrias ou feridinhas na pele.
São todos perfeitos(!), de rosto encerado. Não têm lágrimas, não têm problemas. As mulheres usam tanta maquiagem que se assemelham a palhaças. Para mim parecem robôs, não seres humanos.
Nada é melhor do que enxergar a vida como ela é. Andar pelas ruas e ver gente gorda, meio gorda, magra, magricela, anão, alta, de cabelo branco, de cabelo roxo, de cabelo avermelhado, de cabelo preto, de cabelo castanho, de cabelo grande, meio grande, de cabelo curto, careca, ver pernas com estrias, ver pernas com varizes, ver gente bonita, ver gente feia, ver gente horrorosa, ver barriga de quem está com fome, ver gente barriguda. Ficou espantado? Pois a vida é assim. Não existe binário, mas multifacetas. É a realidade da vida que traz a beleza. Se tudo fosse igual, viver seria um tédio.

Ausência de altruísmo
Experimente perguntar qualquer coisa a um estranho através do botão "mensagem".
Enquanto cara a cara você receberia de cada um, no mínimo, "não sei", através de um site dito 'social' você é ignorado pela maioria. Envie 50 mensagens. Talvez obtenha uma resposta.


Cobrança
As pessoas se orientam pelo que a maioria faz -- como se "maioria" fosse sinônimo de "verdade" ou "aquilo que é correto". No Facebook é comum que grande parte tenha fotos.
Quem não tem, nem gosta de exposição, já é discriminado. "Ah, você não tem foto? Coloque qualquer uma, mostre que você é real".
O quê? Só serei real quando eu mostrar meu rosto? Alguém realmente acredita que estas palavras foram criadas em programas de computador? Abra sua mente. A inteligência artificial, uma área da computação, já existe, mas é provável que nunca alcance tanto nível de clareza.
Elaborar ideias não é para computador, é para seres humanos.

O Facebook orienta que "esta é uma comunidade de pessoas reais. Informe seus dados verdadeiros".
Sim, é de fato muito conveniente que todos digitem sua data de nascimento, nome completo, telefone, cidade, país... Quanto mais informação REAL, melhor. Como o site sobreviveria sem os anunciantes querendo te empurrar produtos?
Volto a dizer: você é um objeto. A rede quer reunir todas as informações possíveis sobre você. Aonde você foi, com quem foi, o que fez, o que comprou, quanto gastou, o que almoçou, que xampu usou para tomar banho.
Falando nisso, é comum ver gente digitando que acabou de sair do banheiro. Isso! Quanto mais você disser, melhor, mais faturamento para o site. Logo aparece um anunciante de sabonete no seu perfil.
Ele pode montar todo o quebra-cabeça. Não pense que é difícil. Fica tudo registrado. A hora que você comentou e a data.

Sem ironia, mas só um gênio abriria um site para milhões de desocupados escreverem bobagens.
Nisso, concordo. O Mark Zuckerberg é um homem muito inteligente, é um visionário. Aquela carinha de retardado até engana, mas ele é brilhante. É óbvio que o caminho mais adequado para ganhar milhões de dólares é montar um servidor travestindo-se de site social. É permitindo que as pessoas digam o que quiserem, que digam que foram lavar os pés, que o cachorro sujou o sofá etc. Situações triviais na aparência, mas muito importantes para reunir informações e gerar um negócio absurdamente lucrativo.


 Isolamento
O que deveria servir como meio de se comunicar, funciona como ambiente de ostentação e mesquinhez.
 Quem quer conversar com novas pessoas não deve entrar no FB. Estão muito "ocupados" postando mensagens sobre "Jesus", conselhos, piadinhas a la Rafinha Bastos(sem graça nenhuma).
O Facebook é essencialmente um local para perder tempo, não fazer amizades. Muito menos se pode esperar adquirir conhecimento, qual seja.


Excessiva intromissão
As pessoas deveriam ter direito de entrar num site e não ver nada sobre o Facebook. Até mesmo porque os plugins de parceiros e scripts tendem a deixar a navegação mais lenta. É lógico que um site repleto de propaganda abre mais devagar do que outro que utiliza moderadamente banners comerciais.
 Não encontrei fonte, mas, talvez, pelo menos 80% dos sites exibem um like ou "curtir". Esse botão tem objetivo financeiro.
Quem trabalha com marketing sabe que cliques geram lucro. Milhões de usuários clicando geram retorno.

Além disso, hoje, em muitos blogs, até para comentar é preciso fazer login com uma conta do FB ou Twitter. Uma afronta à liberdade. Quem não gosta, tem duas opções: registra-se por obrigação ou torna-se marginal. No sentido de ficar à margem, ser um excluído, não ter direito de manifestação.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito boa esta matéria, esperamos que as pessoas possam reagira à essa coaçao impertrada por esses Social Network.


Adevaldo fb

Anônimo disse...

adorei a matéria